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Parasyte (Anime)

Em 1988 é lançado o manga Parasyte, uma obra criada por Hitoshi Iwaaki que segue um jovem chamado Shinichi e o seu parasita Migi. Migi é um dos inúmeros parasitas de origem desconhecida que chegam ao Planeta Terra para o livrar dos Seres Humanos, e se apoderam dos seus cérebros, comendo outros humanos para se manterem vivos. No entanto, Migi falha o seu ataque e acaba por conseguir apenas controlar a mão direita do seu hospedeiro.

26 anos depois, em 2014, é lançada a adaptação a anime do manga, realizado por Kenichi Shimizu e transmitido na NTV, num total de 24 episódios de aproximadamente 20 minutos.

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Ainda que à primeira vista possa não parecer um anime mais adulto, indicando tratar-se de uma obra juvenil, Parasyte inclui alguns aspetos interessantes e os seus personagens possuem por vezes histórias complexas.

Por exemplo, um dos parasitas apodera-se do corpo de uma professora de matemática chamada Kyoko Tamiya e durante o seu tempo com ela descobre bastante não apenas sobre o seu mundo mas também sobre o mundo humano.

Ela começa por julgar todos os Seres Humanos como criaturas que devem ser eliminadas por serem os verdadeiros parasitas deste planeta, destruindo-o sem olhar para as terríveis consequências dos seus atos. No entanto, com o tempo vemos que ela começa a mudar especialmente depois de ficar grávida. Num dos episódios ela encontra-se com a mãe de Kyoko e em vez de a matar automaticamente, alimentando-se do seu corpo, a parasita ignora-a momentaneamente preparando-se para sair e caçar outra refeição, mostrando algum tipo de sentimento escondido. Mais tarde, o bebé que ela concebeu para poder experimentar de forma a conhecer mais sobre o Ser Humano, deixa de ser visto como algo a destruir mas como uma criatura pura que terá de proteger, mesmo que isso signifique sacrificar a sua própria vida.

Por outro lado, Shinichi, que inicia a sua jornada como um adolescente normal e sensível, vai-se lentamente transformando num homem frio e sem sentimentos, perdendo a capacidade de chorar, por exemplo. Claro, no final, e ao contrário do que acontece a Kyoko, Shinichi regressa ao seu estado inicial.

Quanto a Migi, este mantem-se mais ou menos fiel às suas intenções. Apesar de ter falhado a sua missão principal, recusa-se muitas vezes a ajudar Shinichi a matar parasitas por se tratarem de membros da sua espécie. Ainda que não possua afinidades emocionais com eles, também não os deseja matar excepto em casos extremos.

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De certa forma podemos ver como dois “parasitas” podem mudar a vida de dois personagens. Migi torna Shinichi mais frio, mais “parasita”. Por outro lado, o bebé de Kyoko leva-a a torna-se mais Humana, mais amável. Kyoko e Shinichi começam em lados opostos do mundo, encontram-se a meio e caminham em direções opostas.

Os parasitas em si são relativamente difersificados. Uns veem os Humanos como criaturas inferiores, outros trabalham ao seu lado, outros não se interessam por esses assuntos. E temos ainda um Humano que se alia aos parasitas no controlo do mundo.

O anime está ainda repleto de bons momentos cómicos, especialmente entre Shinichi e Migi, ou entre Shinichi e os seus pais. As cenas de luta são bastante rápidas mas cheias de pormenores e emoção.

No entanto, o anime apresenta também alguns lados menos felizes, especialmente todo o drama envolvendo Kana e o último episódio do anime. Kana é uma personagem cuja função parece ser trazer a Shinichi adversários Humanos e, no final, de criar um grande drama na vida da personagem. Contudo sinto que a morte, e até existência, de Kana são desnecessárias, não acrescentando realmente nada à narrativa. Quanto ao último episódio, este é inútil à história, reforçando apenas a ideia de que todos os vilões têm de ser castigados. O próprio assassino refere que mais tarde ou mais cedo será apanhado pela polícia. Perder um episódio para apenas o apanhar, e colocar Satomi numa situação de falso perigo, não parece importante.

Para terminar, vale a pena reparar nalgumas possíveis inspirações. Primeiro temos The Thing (1982) de John Carpenter, uma obra onde um parasita toma controlo sobre humanos, copiando o seu comportamento, para matar outros humanos. Segundo temos obras de Pablo Picasso e Salvador Dali, nomeadamente durante as cenas de sonho entre Migi (que exibe uma aparência semelhante a alguns quadros de Picasso) e Shinichi.

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Parasyte é sem dúvida um anime a ser visto quer por jovens quer por espectadores mais adultos, possuindo uma reflexão sobre qual o nosso lugar no planeta e incluindo momentos dramáticos e cómicos para relaxar um pouco.

Se quiserem ver a review mais descontraída, passem pela Niji.Tv onde eu e a Ana Santos falámos um pouco sobre o anime.

Escrito por: Ângela Costa

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