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Dandadan

Nos últimos anos, temos sido brindados com excelentes séries shonen. Jujutsu Kaisen, Demon Slayer e Chainsaw Man figuram entre as minhas favoritas, sendo séries às quais volto imperativamente sempre que estreia uma nova temporada. A este grupo juntou-se agora Dandadan (ダンダダン), uma obra que desconhecia por completo, até porque não acompanho o manga, mas que me chamou a atenção pela música de abertura e me conquistou pelo carácter inventivo e ousado da sua execução.

Dandadan tem como protagonistas Ken Takakura (mais conhecido por Okarun), um rapaz obcecado por aliens e fenómenos extraterrestres, e Momo, uma rapariga que acredita em fantasmas e espíritos, por pertencer a uma família de médiuns. Após um confronto entre ambos devido às suas crenças divergentes, desafiam-se mutuamente a visitar locais onde poderão provar a existência dos seus respectivos fenómenos.

Inesperadamente, ambos acabam por ter razão: Momo é raptada por aliens, que despertam nela poderes psíquicos, enquanto Okarun é possuído por um espírito maligno que lhe confere habilidades sobrenaturais difíceis de controlar.

A partir desta premissa, desenrola-se uma série repleta de confrontos com entidades maléficas e forças ocultas, com os dois protagonistas a receber o apoio de personagens como a avó de Momo e outros colegas da escola. Se à primeira vista a sinopse pode parecer pouco reveladora do seu verdadeiro impacto, é na execução das ideias que Dandadan se distingue como uma série singular.

Desde logo, pela excentricidade: na primeira temporada, um dos principais objectivos dos protagonistas é literalmente recuperar o pénis, e depois os testículos, de Okarun, que foram “roubados” por espíritos. É uma série sem grandes inibições, com um elevado teor sexual e cenas de violência explícita, suavizadas por um humor constante e pela bizarria que domina o ecrã.

A animação é, no geral, excelente, mesmo contando com uma ligeira quebra nos dois últimos episódios. As cenas de acção rivalizam com o melhor que se tem visto no universo shonen recente: não só são tecnicamente impressionantes, como são criativas, com claras influências de séries e filmes internacionais de renome. Cada episódio surpreende, mesmo quando a acção decorre em espaços confinados.

A nível musical, o grande destaque vai para a música de abertura, “Otonoke” dos Creepy Nuts. Viciante desde a primeira audição, tornou-se rapidamente num êxito, alcançando o topo da Billboard Japan e destacando-se nas plataformas de streaming japonesas aquando do seu lançamento. É daquelas músicas de abertura que simplesmente não consigo saltar.

Num panorama em que, por vezes, parece faltar frescura e originalidade, especialmente no Ocidente, Dandadan surge como uma nova lufada de ar fresco no mundo do anime, deixando-nos ansiosos por mais. Felizmente, a nova temporada já tem estreia marcada para Julho deste ano, e eu mal posso esperar.

Escrito por: Nuno Rocha

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