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Gamma Draconis

Conheci este autor com a série em dois volumes, Ryuko, editada pela Titan Comics. Quando soube que a editora inglesa ia lançar mais uma série dele e ainda por cima um one-shot não hesitei em adquirir este título.

Gamma Draconis, de Eldo Yoshimizu (desenhos) e Benoist Simmat (argumento) é uma excelente história com bastante acção e uma pitada de magia negra.

Tudo começa quando Nashima rouba de um museu uma relíquia chamada Espelho Negro. Nashima pretende aproveitar o poder do espelho para abrir um portal para outra dimensão, mas uma jovem chamada Aiko Moriyama parece destinada a detê-lo. Aiko é uma estudante da Sorbonne em Paris que tem muito interesse pelo mundo do ocultismo, à semelhança do seu professor de história.

Num dos encontros de Aiko com o seu professor este é atacado e Ela e a sua amiga Janne Pauwels, decidem “fugir” e jamais imaginariam que esta fuga teria proporções bizarras à escala mundial.

Aiko é uma personagem divertida que parece muito mais confortável lidando com o ocultismo do que com a sua própria família, uma dissonância que é tão charmosa quanto fascinante. Sem ela, a natureza maluca e caótica da história pode perder leitores, mas as personagens de Simmat são bem escritas o suficiente para levar a história através de seus momentos mais inacreditáveis.

Benoist Simmat cria uma narrativa emocionante e complicada que aproveita ao máximo as mais diversas técnicas de espionagem para contar a história. A trama de Gamma Draconis vai em crescendo, mas as personagens também crescem à mesma velocidade. Apesar dos diálogos e do enredo ser cheio de reviravoltas, a escrita de Simmat é simples e directa.

O estilo de contar histórias de Simmat é complementado perfeitamente pela obra de arte frenética de Eldo Yoshimizu. A arte de Yoshimizu é simultaneamente densa e estilizada. Outro ponto forte da arte de Yoshimizu é o desenho urbano, ele consegue capturar o espírito de qualquer cidade sem ter que “copiar” por fotografias, isto porque, ao longos dos anos ele viveu em várias cidades europeias. Além destes “skills” de ilustração Yoshimizu também apresenta em algumas páginas deste mangá um desenho mais “preso” onde vemos linhas rígidas que dão origens a páginas fantasmagóricas que são tão desorientadoras e alarmantes para o leitor como para Aiko.

Em resumo, Gamma Draconis é um mangá com uma boa história de aventura à moda antiga que leva as suas personagens numa viagem por todo o mundo. A arte de Yoshimizu e a história de Simmat compensam a leitura deste mangá. A ler.

Escrito por: Fernando Ferreira

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