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Hi no Tori

Quando falamos de clássicos é obrigatório mencionarmos o nome de Osamu Tezuka, que para muitos é considerado o pai do mangá. Embora existam outros “manga-ka” que fizeram história como Shotaro Ishinomori, Dampei Shitaro ou mesmo Leiji Matsumoto. Tezuka tem um destaque especial pelo carácter singular das suas histórias como é o caso de “Hi no Tori” (em português, pássaro de fogo ou usando a metáfora Fénix).

Embora o título da obra seja “Fénix”, a história não se centra na ave mitológica, e a sua aparição é quase nula. Hi no Tori desenrola-se em várias épocas e civilizações da História, com destaque para o Japão feudal mostrando-nos de como os homens anseiam o poder a qualquer custo, mesmo quando que para isso seja necessário matar. A Humanidade cega pela ambição e poder não se apercebe que a Fénix poderá morrer e arder por vontade própria para renascer mais tarde das suas prórpias cinzas.

Como é habitual no trabalho de Tezuka as histórias relatadas em Hi no Tori não são muito mais do que uma desculpa para fazer uma crítica social à Humanidade. Neste mangá toda a narrativa está sob a perspectiva budista em que o que é relamente importante é a vida em si mesma.

Tal e qual com a ave mitológica, esta obra de Tezuka também morre e ressuscita várias vezes desde 1954 até 1988. Este ciclo de vida deve-se ao especial gosto que Tezuka tinha com esta história e que quando não se sentia inspirado abandonava-a até ter forças para a retomar e assim conseguir manter a qualidade do mangá que tem mais de 4000 páginas.

O mangá tem o estilo mais característico de Tezuka, ao qual se juntam os momentos de humor e a excelente narrativa deste fenomenal autor. A maturidade da história e a crueldade da mesma, misturam-se com o estilo de desenho infantil.

Hi no Tori, a obra mais profunda e ambiciosa de Tezuka, que lida com a busca do homem por imortalidade, tal como a lenda de Fénix que dava a vida eterna a quem conseguisse beber do seu sangue, estende-se do passado distante a um futuro longínquo e que rendeu 12 volumes e que ficou incompleta depois da sua morte. Tal argumento não escapou ao sucesso e por isso teve direito a cinco adaptações anime, duas em versão filme e três em formato OVA.

Fénix é uma de entre as tantas obras primas que criou Osamu Tezuka e que por ser diferente do que estamos habituados a ler nos autores de hoje, não deixa de ser um mangá interessante e obrigatório ler para conhecer-mos a obra deste gigante da banda desenhada japonesa.

Autor:Fernando Ferreira

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