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Shingeki no Kyojin

Criado pelo mangaka Hajime Isayama em 2009, Shingeki no Kyojin é um dos mangas mais conhecidos actualmente não apenas no Japão mas um pouco por todo o lado. O seu reconhecimento não vem apenas dos fãs mas também do mundo do manga tendo vencido o prémio para melhor Shonen no Kodansha Manga Award em 2011 para além de ter conseguido duas nomeações, uma para o Manga Taisho e outra para o Teruza Osamu Cultural Prize.

Shingeki no Kyojin, juntamente com One Piece, é ainda o único manga a ultrapassar os dois milhões de cópias durante a sua primeira edição.

É importante referir que esta review será direcionada apenas para o manga até ao capítulo 68 (volume 17), o último a ser lançado aquando da publicação desta review. Sabendo que existem pessoas que apenas acompanham o anime, deixo ainda a mensagem de *spoiler já que o anime apenas inclui o manga até ao volume 8.

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Shingeki no Kyojin apresenta-nos uma trama aparentemente simples onde os Humanos enfrentam uma batalha constante contra criaturas gigantes conhecidas como titãs cujos apesar de não se alimentarem, caçam os Humanos incessantemente. Tentando evitar que a Humanidade seja extinga, são criadas equipas de elite para combater estas criaturas.

É aqui que conhecemos Eren Yeager, o protagonista da história, um jovem que decide desde cedo dedicar-se ao extermínio dos Titãs. Juntamente com dois amigos de infância, Mikasa Ackerman e Armin Arlert, Eren consegue entrar para a Chosa Heisan (uma legião dedicada à exploração e investigação dos titãs).

No entanto, nem tudo é o que parece é. A um quarto do manga a verdade por detrás dos titãs começa a ser descoberta, especialmente após a inesperada transformação de Eren num titã, que para além de uma aparência diferente da dos restantes titãs, possui a capacidade de permitir a Eren estar auto-consciente dos seus actos.

O fenómeno muda completamente o rumo da história, culminando com a descoberta da verdadeira história dos titãs, ou pelo menos uma versão mais aproximada à verdade. Há cem anos atrás alguém descobriu ter a habilidade de se transformar num titã. Este homem conseguia ainda modificar as memórias das pessoas e controlar os titãs. Depois de construir três muros (Sina, Rose e Maria) ele usou o seu poder para se tornar Rei desta pequena civilização. No entanto, tudo isto vem a alto-preço. De forma a estes poderes serem passados de geração em geração, o novo portador tem de comer o antigo portador. Cem anos depois do primeiro Rei ter sido criado, algo acontece e a linhagem é destruída.

Sendo cada vez mais óbvio que o novo governo está apenas preocupado com a sua própria sobrevivência, é colocado em prática um golpe de estado com o objectivo de dar o trono ao verdadeiro herdeiro da família real.

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A brutalidade da obra de Hajime Isayama é bem visível no primeiro capítulo quando tudo parece tranquilo e pacifico até um grupo de titãs destruir a cidade dos protagonistas, terminando inclusivamente na morte da mãe de Eren numa das cenas que para mim foi uma das que mais me marcou, não apenas por ser o primeiro contacto com a crueldade dos titãs mas também pela forma como a mãe de Eren, depois de os motivar a escapar, murmura “não me deixem” – a primeira vez que vemos o medo real de alguém prestes a morrer, fugindo às típicas frases heroicas de sacrifício a que estamos habituados.

Por outro lado, os soldados de elite, que servem de inspiração aos mais novos, são apresentados como um grupo de “derrotados” que apesar dos esforços não conseguem descobrir uma forma de terminar com os titãs, ao mesmo tempo que perdem cada vez mais soldados.

Quanto aos titãs, estes assemelham-se aos Humanos com a excepção de não possuírem órgãos sexuais. Possuem alta temperatura corporal e conseguem regenerar qualquer parte do corpo sendo necessário para os matar, destruir a sua nuca. Existem quatro tipos de titãs: Normais, Anormais (comportamentos inesperados), e titãs especiais (humanos que se conseguem transformar em titãs) como Eren, Annie e o Cho Ogata Kyojin ou Collossus. Existe ainda um outro “titã” que se assemelha a um yeti e que é conhecido como Kemono no Kyojin (Titã Besta), introduzido no capítulo 35, e do qual não se sabe nada. É ainda interessante perceber como, apesar de serem os principais vilões, pouco se sabe sobre a verdadeira história por detrás dos titãs, algo que ajuda o leitor a manter-se constantemente interessando. Por curiosidade, actualmente sabe-se que provavelmente os titãs são na realidade Humanos, especialmente depois de Ymir confessar ter sido um titã durante 60 anos e depois de Connie afirmar que o titã que destruíra a sua casa (titã esse semelhante à sua mãe) lhe dissera”Bem-vindo a casa”.

Para além da história, o manga possui algumas páginas cujo único objectivo é dar-nos um pouco de “background” incluindo elementos históricos e esquemas das armas usadas pelos soldados como o Rittai Kido Sochi (Three-Dimensional Maneuver Gear ou Equipamento de Mobilidade Tri-dimensional). Isto ajuda-nos a perceber um pouco mais sobre a narrativa sem ser necessário dar-nos diálogos que entre os personagens pouco sentido faria.

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Um dos problemas que tive com este manga inicialmente foi o “choramingar” constante de alguns personagens. Não esperava outra coisa de jovens que passaram de “crianças” que nunca viram um titã a “homens” que são obrigados diariamente a ver os seus amigos morrer. No entanto, torna-se repetitivo a certa altura. Este facto leva-me a gostar mais da narrativa após a Legião de Erwin Smith aparecer.

Mas sejamos francos, as razões para gostar de Shingeki no Kyojin são bastantes. Os personagens gloriosos a que estamos habituados tornam-se em personagens mais realistas que sentem medo e que sofrem com a perda dos seus colegas e amigos. Hajime Isayama preocupa-se em trazer-nos constantemente algo de novo e inesperado, não apenas na narrativa em si (que viaja entre a problemática “o que são os titãs” e os problemas sociais daquela sociedade) mas também no futuro dos personagens que de um momento para o outro podem morrer, fazendo com que o leitor sinta as batalhas de uma forma muito mais intensa.

Se gostam mais de anime, Shingeki no Kyojin é um dos bons exemplos de adaptação literal. Embora possua algumas alterações, como a personagem de Levi que tem mais importância no anime que no manga, pode-se dizer que a adaptação é literal. Realizado por Tetsuro Araki (Death Note, Guilty Crown, Highschool of the Dead, Sword Art Online, entre outros) o anime tem até ao momento vinte-cinco episódios e cinco OVAs. A segunda temporada estreia a 25 de Junho deste ano.

Escrito por: Ângela Costa

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